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domingo, 28 de agosto de 2011

Globo e F1 - duas coisas pouco compatíveis.

A corrida de Spa foi ótima para um público que já chegou a dormir num passado recente onde a F1 era um autentico autorama de bilhardários. Mas o que foi bom na corrida está restrito ao que aconteceu na pista.

Assisti a transmissão da Globo porque não tenho outra alternativa. E acho honestamente que está na hora de cair a ficha para a Globo. É claro, é evidente e compreensível que a Globo vai fazer o que é necessário para justificar o dinheiro ganho com as cotas de patrocínio. Nisso não há o que discutir. Mas também acho que passou ha muito tempo a hora de rever um formato que já não dá mais para aguentar. Uma coisa que às vezes torna a corrida uma tortura para o público. A Globo é imposta goela abaixo para o público. E como se trata de exclusividade é o público que deve engolir e não a Globo que deve ser aceita. No melhor estilo ‘se quizer é assim’.

Sei de gente que conhece o Galvão pessoalmente, que ele é um cara gente bôa. Com o Reginaldo eu falei rápido apenas duas vezes e me deixou a impressão de que é tranquilamente um dos jornalistas mais simpáticos do Brasil. De Burti a única coisa que eu sei é que pilotou na F1 e agora está na Stock. Jamais ouvi algum comentário sobre a pessoa dele.

Assim, eu começo a minha crítica de forma muito diferente das manifestações esculhambadas de pessôas ofensivas que mostram nas arquibancadas placas contedo “Cala a bôca Galvão”, “Vai tomar.......Galvão”, e assim por diante. Penso que se o público espera para si algum nível de respeito vai ter que entender que deve dar o mesmo antecipadamente.

Por isso entendo que não se pode debitar isoladamente ao Galvão Bueno os eventuais desacertos ou incomodos da narração. Aliás, nesse aspecto tenho motivação que não quero colocar aqui para justifiar o que digo.

Spa - Vettel vence, Button dá aula de pilotagem e Schumi faz a festa

Na pista onde Schumi comemora 20 anos de F1 e Rubens completou 300 GP´s no ano passado, as disputas apertadas fizeram a festa mesmo, muito embora a transmissão monopolista tenha conseguido a proeza de dar um show de besteirol. Mas isso não atrapalhou a única coisa válida no evento, o que acontece lá no asfalto. Foi uma ótima corrida.

Vettel venceu em Spa e assim retorna ao seu lugar ´natural’ de vencedor que pilota o melhor carro da categoria. A Red Bull é efetivamente a bola da vez e para vencer corridas precisa de piloto à altura do equipamento e Vettel é essa pessôa. Portanto, entendo que ele fez hoje o papel esperado.

Mas como já coloquei em outro post anterior, a briga a ser observada nas última corridas desse campeonato é entre os pilôtos que disputam as pontuações de segundo para trás. Alonso, Webber, Button e Hamilton são os caras que representaram o que poderiamos chamar de as disputas principais na corrida. Hamilton não pode faltar nessa lista porque tinha condições de dar trabalho à todos ali na frente e acabou participando da definição do resultado de forma dantesca num toque inesperado com o japonês pé de chumbo.

As duas primeiras voltas foram até confusas por conta das condições iniciais. Bruno largou pela primeira vez na vida entre os dez carros mais rápidos do planeta e ainda por cima no lado sujo, e numa pista onde a primeira curva é literalmente uma esquina estreita. Partiu para a busca da sua posição tentando acompanhar os outros mas não freou cêdo o suficiente e bateu com Alguerssuari. Este último saiu da prova. Até que o estrago não foi dos piores, Bruno ficou encaixotado e poderia muito bem ter patrocinado uma grande lambança.

Ao final da segunda volta as posições eram Rosberg na liderança, que fez uma largada brilhante, seguido de Vettel, Massa, Hamilton, Alonso e Buemi. Webber mais uma vez largou muito mal e perdeu várias posições. Como eu coloquei aqui ontem, seria muito interessante ver o que Schumi conseguiria saindo das catacumbas da última posição. Na segunda volta era o 14o. colocado. Lá na frente na primeira colocação o seu companheiro Nico mostrava que a Mercedes é carro para disputas fortes. Isso pressupunha que o alemão também tinha equipamento para uma bôa prova de recuperação.

Senna vai ao box na volta 2 para trocar o bico e portanto foi parar lá atrás. Mais tarde recebeu punição e caiu para o final do grid. Até aí tudo está dentro das regras e nada há que desabone alguém, no meu entender. Diria que são consequencias do nível de competição alto demais da categoria.

Na volta 3 Vettel assume a ponta ultrapassando Nico. A Mercedes está bem melhor mas não é páreo para a super eficiente Red Bull. É bom não esquecer que a Red Bull tem efetivos concorrentes chegando muito perto. E eu diria que se as regras para o ano que vem forem as mesmas desse ano as disputas serão intensas. Ferrari, McLaren e Mercedes estão mostrando performances bem mais próximas da Red Bull. Correram atrás e estão chegando.

Webber inaugurou a sequencia de pit stops na volta 4, para troca de pneus, no mesmo momento em que Button veio para trocar o bico. Massa vinha bem na prova mas Hamilton e Alonso vinham encostando e assim Massa perdeu a sua posição para os dois na mesma volta. Mau começo para o brasileiro e uma demonstração da fome do espanhol que começou em ritmo muito intenso.

Na volta 6, tendo cumprido apenas 42 km de corrida, Vettel vem para o seu pit. Numa prova de 300 km, os pneus não duram absolutamente nada. Nem dá para se pensar em estratégia antes da primeira troca. Foi nesse momento que Bruno recebeu a sua punição e acabaram aí as esperanças da Globo ficar falando do Bruno sem parar.

Na volta 7 Alonso vai para a liderança ultrapassando Rosberg, que é Nico e não Keke como foi anunciado antes de iniciar a corrida. Mas mesmo tendo assumido a ponta, Alonso usava os mesmos pneus de todo mundo e 2 voltas depois foi para o seu primeiro pit.  Aí estavam na frente Webber, Rosberg e Massa, que iriam inevitavelmente perder essas posições pois a dança dos pits estava inaugurada. Na volta 10 foi a vez de Massa ir para a primeira troca, e foi seguido de Hamilton e Rosberg. Embora a corrida tivesse sido muito disputada, tanto o clima colaborou com pista sêca o tempo todo, como também os pneus tiveram influencia decisiva, tanto que os blisters começaram a aparecer rápidamente.

Na volta 13 uma cena muda o panorama da corrida. Hamilton estava pouco à frente de Kobayashi e teria que abrir para a curva seguinte à direita. O japones deveria nesse caso dar-lhe espaço pois nada mais havia a ser feito. Mesmo assim continuou no seu rtimo sabendo que Hamilton abriria o traçado inevitavelmente e assim Hamilton tocou a roda dianteira direita do japones com a sua traseira esquerda. Não há carro que consiga manter a trajetória assim. Girou, bateu forte de frente e acabou ali a sua corrida saindo do carro um pouco tonto apenas. Saiu portanto da disputa mais intensa pelos pontos do campeonato.

Entra o safety car e começa uma procissão de pit stops. Na volta 16 a corrida recomeça tendo Alonso na ponta seguido de Webber, Vettel, Massa e Nico. Dava a impressão de que o espanhol poderia ganhar a prova, mas os pneus fazem parte dessa corrida e de quaisquer outras. Massa, que tinha feito uma boa classificação não conseguia repetir a performance na corrida e foi ultrapassado por Nico Rosberg, que tem um carro que nesse ano ainda não parecia ser páreo para a Ferrari. E não se pode dizer que a Ferrari piorou pois Alonso liderava a corrida nessa hora. Mas na volta seguinte Vettel assumiu a liderança ultrapassando Alonso. Aí ficou claro que Vettel tem um carro ainda superior à Ferrari, coisa que não há muito a se discutir.

Schumi que veio do fnal do grid estava nessa hora na 7a. colocação. Ele ainda pilota e muito, mesmo estando na hora da aposentadoria. Na volta seguinte ultrapassou a McLaren de Button e isso deixou clara a noção de que ao menos em pistas de alta a performence desses dois carros é muito próxima. É bom lembrar que usam o mesmo motor e portanto um diferencial evidente entre os dois nesse caso é a aerodinamica.

Mas o diferencial é bem pequeno e na volta seguinte o alemão foi novamente ultrapassado por Button. Quem se lembra de Button na patética Honda de pintura ecologicamente correta e performance lamentável, jamais imaginaria naquela época que algum dia pudesse brigrar mano a mano com o alemão multi campeão.

Vettel continuava na ponta, para vencer a prova, seguido de Alonso e Webber. Depois vinha Rosberg se segurando numa disputa muito dificil, seguido de Button que tirou hoje do seu carro o melhor que pôde, numa pilotagem muito fina, de mestre. A essa altura Massa se virava na 7a. colocação com Schumi chegando nele. Button vai para mais um pit na volta 33 e Massa entra junto. Era a fase da corrida em que os pit stops vão dar o contorno final.

Vettel liderava seguido de Alonso, e Schumi nessa hora estava em 6o. Foi quando Webber ultrapassou o espanhol que já tinha os pneus em mau estado. Entendi que a Red Bull tem uma frente fantástica e que a Ferrari não dá as mesmas condições no que diz respeito ao desgaste dos penus. Diria que veremos um cenário análogo em Monza.

E Kobayashi entra de novo na cena. Rubens bate o bico no pneu traseiro esquerdo do japones. Não há quem culpar no espisódio mas eu diria que o japones foi o responsável pelo evento pois me deixou a impressão que freou mais cêdo que o esperado. Eram os pneus?? Talvez. Rubens estava muito perto da entrada do box e já seguiu para um pit a mais para trocar o bico.

Aí estava surgindo uma disputa que eu diria que justificou assitir a corrida. Schumi encostou no seu companheiro Nico e o rádio da equipe informou a Nico que a coisa estava entre eles. Não se pode descartar a possibilidade de que isso mesmo seja um código para dar ao alemão a vez no seu aniversário de 20 anos de F1. Mas não foi isso que se viu na pista e Schumi colou no seu companheiro. O qual, por sua vez, não lutou para manter a posição no momento da ultrapassagem. Diria que foram cavalheiros, elegantes.

Eram as últimas voltas e nada mais mudaria, teoricamente. Vettel venceu seguido de Webber, Button, que fez um trabalho brilhante, Alonso e Shumi em quinto, sua melhor colocação no campeonato, seguido de Nico Rosberg.

Massa andou mais para trás ainda por conta de um pneu perdendo pressão que ocasionou outro pit stop. Dessa vez, o melhor posicionado com os Cosworth não foi Rubens e sim Maldonado. Dos carros que usam esse motor apenas a Williams se sai melhor. Bruno aparece em 13o. um ótimo resultado tendo em vista as condições e Rubens em 16o. Rubens perdeu uma bela oportunidade hoje por conta de um toque típico de corrida.

Terminaram 19 carros, tendo saído da pista Sergio Perez, Ricciardo, Hamilton, Buemi e Alguerssuari que não se conformou nada com o acidente com Bruno.

Vettel lidera o campeonato, agora sem chances para Webber alcançá-lo e assim é o virtual campeão de 2011. Mas entre Webber, o 2o. colocado nos pontos e Hamilton, o 5o., estão Alonso e Button, que são os quatro pilotos desse campeonato nos quais devemos prestar atenção nas próximas corridas. A posição de Vettel nas corridas passa a ser a do piloto que interfere naturalmente num resultado pré definido (o seu) e num a se definir (dos outros 4) em face da diferença de pontos. Enquanto que a segunda posição no campeonato será disputada por 3 campeões e um batalhador que anda muito rápido mas não o suficiente e larga continuamente mal. Não há duvidas de que o final do campeonato será interessante.

sábado, 27 de agosto de 2011

Spa - Vettel na pole numa corrida onde a única coisa previsível será a Globo

 A corrida do ano passado em Spa foi tão imprevisível como deve ser esta de amanhã e como foi também o treino classificatório de hoje. No ano passado Webber fez a pole seguido de Hamilton mas perdeu posições largando muito mal e a vitória caiu na mão de Hamilton. Vettel colidiu com Button, depois teve um pneu furado em outro toque e acabaram as suas chances nessa prova. Alonso rodou e saiu da prova. Antes disso Rubens acertou a sua lateral mas quem ficou prejudicado foi o brasileiro que não teve como prosseguir. Um tipo de espalha pedaços aqui e ali motivado pela mudança de condições da pista, principalmente. Chegou até a secar e mais tarde a chuva voltou. Terminou com vitória de Hamilton seguido de Webber e Kubica.

Assim é Spa e amanhã deve ser igual. Hoje isso acabou interferindo na classificação. Vettel fez a pole seguido de Hamilton e Webber. Bruno Senna que no ano passado classificou-se em 20o., hoje conseguiu a sua melhor classificação em um GP de F1, a sétima colocação. Ficou à frente do seu companheiro Vitaly Petrov. Massa também vai largar à frente do seu companheiro Alonso. Massa garantiu o 4o. lugar e Alonso apenas o 8o. Rubens mais uma vez é o mais rápido com Cosworth mas na 14a. colocação e à frente também do seu companheiro Pastor Maldonado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Schumi - a opinião de Lauda

Matéria da seção Automobilismo do portal IG.

No link abaixo, ninguém menos que o tri-campeão Niki Lauda, que já passou pelo seu período de retorno e aposentadoria na Formula 1, diz que está na hora de Schumacher repensar e que segundo ele, Lauda, não dá mais. Lauda tem autoridade como poucos para fazer um julgamento desses.

http://esporte.ig.com.br/automobilismo/f1/para+niki+lauda+esta+na+hora+de+schumacher+se+aposentar/n1597128180158.html

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Carlos Antonio Ferreira - preparador falece durante competição na Granja

Carlos Antonio Ferreira em foto de Claudio Reis do site Planet Kart

O site Planet Kart noticia o falecimento do preparador Carlos Antonio Ferreira, o Cal como era conhecido no meio, ocorrido no último sábado 06/08/2011 durante a sétima etapa da Copa São Paulo de Kart Granja Viana.

Leia matéria de Claudio Reis no link abaixo.

Adeus amigo Cal

domingo, 7 de agosto de 2011

Thiago Camilo - fazendo preces e pisando fundo, volta para casa mais rico

Thiago Camilo ganha R$ 1.000.000,00 sob os auspícios da competencia e das preces da família. Na volta final pediu pelo rádio que todos rezassem, muito embora o santo da vantagem que tinha sob o segundo colocado, Daniel Serra, o estivesse ajudando muito mesmo na subida. Classificou-se em sétimo virando 0,6s mais lento que o pole Marcos Gomes. Trabalhou bem na corrida, poupou o carro e também por isso foi vendo as notas do prêmio sempre mais próximas, até que finalmente as conquistasse na segunda metade da prova. Parabéns, mereceu e deve festejar muito. Em segundo lugar aparece Daniel Serra e em terceiro Max Wilson.

Não acompanho a Stock Car e tenho que admitir que a presença do Jacques Villeneuve me motivou a assistir, muito embora eu tivesse a clara impressão de que ele não faria nada de espetacular. Acho muito válido o marketing que envolve a presença dele mas acho que essa corrida do milhão especificamente, precisa ser repensada.

A prova teve disputas bôas, com momentos em que chegaram a entrar no S do Senna em três. Marcos Gomes não largou muito bem e ficou num sanduiche antes da primeira curva e perdeu a sua posição ali mesmo para Daniel Serra. Mesmo assim Marcos fazia uma corrida consistente e deixava clara a impressão de que poderia faturar a bolada. Até que foi para os boxes para o pit stop, e aí as coisas começaram a mudar.

Os outros pilotos vieram em seguida e foi nessa hora que Villeneuve teve a liderança temporária da prova. Então Marcos chamou a equipe dizendo que tinha um penu furado. E não era o pneu e ao mesmo tempo o rendimento caía. Segurou bem a briga com os de trás mas não tinha condição de resistir. Mesmo assim foi até o final da prova terminando em 11o. lugar, o que mostra uma queda muito grande de rendimento para quem mostrou condições de vencer.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Michael Schumacher - até quando vai??

Em 2004 Michael Schumacher faturou o último da sua coleção invejável de 7 títulos na F1. O vice-campeão daquele ano foi o seu companheiro Rubens Barrichello e Button, o vencedor da última prova no domingo, foi o 3o. colocado pela BAR.

Em 2006 despediu-se da categoria em campeonato vencido por Fernando Alonso na Renault, ficando Schumcher com o vice-campeonato. Após 3 anos de ausência voltou à categoria pela Mercedes no ano passado e nem êle nem ninguem esperava uma atuação matadora como foi na Ferrari. Afinal, 3 anos longe do volante é muita coisa para uma categoria tão exigente.

Finalizou o campenato do seu retorno em 9o. com a metade dos pontos do seu companheiro Nico Rosberg que finalizou em 7o. A expectativa era bôa pois o chefe da equipe, Ros Brown, era o dirigente da equipe que ganhou o campeonato em 2009 nas mãos de Jenson Button. Além disso o nome Mercedes tem tudo a ver com competições automobilísticas e também usava o mesmo motor, o da sua fabricação, vencedor do ano anterior.

Schumi foi muito criticado pela imprensa pois os seus resultados não lembravam em nada o grande campeão da Ferrari. Mas como se tratava de um retorno após 3 anos de afastamento ninguem iria exigir dêle uma performance que levasse continuamente ao pódio um carro e uma equipe que acabaram de nascer da compra de outra.

No atual campeonato a performance do alemão está se mostrando um desastre. Embora com apenas 6 pontos de diferença, Schumi está 3 colocações atrás de Nico Rosberg até o momento. Não há nada que indique que isso vá mudar a seu favor nesse campeonato.

Nos momentos de performance extrema Schumi tem levado a pior continuamente. Classificou-se apenas uma vez na frente do seu companheiro nesse ano, na prova de Monaco. Nas voltas rápidas marcou 3 na frente de Nico sendo que apenas em uma dessas terminou a prova na frente dele também, no Canadá.

Para os parametros da F1 trata-se de uma lavada quando estamos comparando um campeão inquestionável com outro pilôto muito menos experiente e que nunca conquistou um título. Então é de se questionar até quando Schumacher vai continuar tentando. Será que isso vale a pena?

Seria o caso de perguntar a grandes campeões do passado. Na falta dessa possibilidade vou me valer de lembranças. Niki Lauda sofreu um acidente gravíssimo que lhe custou uma parte do rosto e quase veio a lhe custar a vida também. Mesmo assim prosseguiu na categoria e ganhou o seu último título em 1984, o mesmo ano em que Ayrton Senna chegou na frente de Prost em Monaco, embora a corrida tivesse sido finalizada ali, o que validava o resultado da volta anterior.

Em 1986 o seu companheiro Alain Prost venceu o campeonato e Lauda pendurou as luvas. Até hoje Lauda é reverenciado como um dos maiores pilôtos da F1, muito embora não tenha colecionado títulos. Venceu 3 campeonatos, sendo os dois últimos após o pavoroso acidente em Nurburgring.

Schumacher fez a sua estréia na Jordan e no mesmo ano comprou a vaga de Roberto Pupo Moreno na Benetton com dinheiro da Mercedes. Hoje Schumi tem contrato com a empresa que o apoiou no passado no seu início no automobilismo e isso remete à idéia de uma ação de marketing.

Schumi entra na equipe com a sua experiencia inegável e faz, evidentemente, parte da estrutura de desenvolvimento do carro. Mesmo não conseguindo fazer tempos ótimos tem sensibilidade e bagagem para falar sobre o carro que dirige. Não é alguem que precisa entender como funciona um carro de F1 e a estrutura de uma equipe dessas, e a sua presença dentro do carro acaba sendo proveitosa nesse aspecto.

Mas como competidor os resultados deixam muito a desejar e corroboram a idéia de que a idade já faz o seu papel e que é hora de parar. É muito difícil imaginar Schumi com a performance arrasadora do passado considerando-se os resultados mostrados. Não quero com isso dizer que êle não pilote mais. Ainda é um pilôto rápido mas não o suficiente e com o carro que tem na mão não conseguirá uma elevação da performance de forma significativa. Enquanto isso o tempo vai passando e mesmo que ele a sua equipe digam que cumprirá o contrato, que acaba no ano que vem, é dificil imaginar um final de atividade digno de um campeão.

Schumi está mostrando que a idade é um fator que dificulta as coisas na categoria e também que a ausencia de treinos é um impecilho muito grande para alguém que ficou 3 anos sem pilotar os carros mais velozes do planeta.

Schumi já fêz o que podia, é até possível que tenha um campeonato melhor em 2012, mas efetivamente não está mais em condições de fazer o que fez no passado na Ferrari. Porque? Penso que apenas êle pode responder e vou arriscar que o fator psicológico faz parte. Não é nada agradável estar andando sempre entre outros pilôtos que não tem a mesma distinção que êle e por isso também deixar de ser alvo dos holofotes e microfones. Eu diria que hoje Michael Schumacher se parece mais com Ralf Schumacher, o irmão apagado do qual ninguem mais fala nada. É como se o irmão mais velho acabasse tendo menos moral que o mais novo em casa.

No meu entender para uma pessoa com a expressão que ele tem no meio, com o passado fenomenal na Ferrari, com o nome cravado definitivamente na história do automobilismo, êle já tem muito mais até do que caras emblemáticos que nunca serão esquecidos. Acho que está na hora de assistir do box, ou se achar muito barulhento pode ser em casa mesmo.