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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cigano - aniversário do 'parceiro' de sempre

Milton Adib, o Cigano, e Maísa Adib


Há duas coisas que caras do signo de câncer não dispensam, amigos e velocidade. Neste sábado faço aniversário mas isso aqui no blog é secundário. A começar pelo próprio título do blog - Amigos Velozes - que sugere postagens sobre amigos meus desse apaixonante mundo da velocidade. Tenho amigos bem velozes e alguns deles fazem aniversário no mesmo mês que eu, como por exemplo Chiquinho Lameirão que amanhã (01/07) comemora mais uma primavera. Parabéns Chiquinho, Feliz Aniversário.

Mas além dêle, neste Domingo vou comemorar o aniversário de outra fera das pistas. E este vai, tão logo seja possível, me ajudar a enriquecer um pouco o conteúdo do blog com assuntos das competições em duas rodas.

O sorridente da foto, Milton Adib, o Cigano, faz aniversário na próxima segunda-feira. Acrescenta mais uma primavera na sua coleção e com o mesmo jeitão de sempre desde quando o conheci na década de 1970. Mudou apenas o cabelo que ficou branco mas é o mesmo “parceiro” de sempre. Na sua coleção há também um número considerável de troféus, capacetes (um autografado por Jhonny Cecotto), e uma legião de amigos de fazer inveja a muita gente.

Cigano é um desses felizardos que pilotou TZ 350 no antigo traçado de Interlagos, onde esta bike que marcou época chegava a 260 km/h em sexta marcha no fim da reta. Mas apesar da sêde de velocidade, nas ruas era muito característico o seu jeito de ‘desfilar’ com a bike muito bem pintada, reluzente, e em perfeitas condições. Onde aprecia era fácil notar: “Olha o Cigano aí”.

Feliz Aniversário Parceiro!!!

domingo, 26 de junho de 2011

Valencia - Vettel fatura mais uma e manda a atenção das próximas corridas para os de trás

Vettel soberano marcou a sétima pole do ano e a sexta vitória. Tem um carro imbatível e tira do carro tudo que pode, e assim se tornam um conjunto sem concorrentes. Daqui para frente as brigas que vão interessar nas corridas são as que definem a 2a. colocação e as demais. Vettel já pode ser considerado o campeão da temporada muito embora ainda restem 11 provas, mais da metade do campeonato. Acho muito difícil que a diferença que êle abriu na pontuação seja superada.

Vettel está quase 80 pontos na frente de Button que agora está empatado com Webber. Na pontuação, logo depois vem Hamilotn e Alonso. Muda então o foco do espetáculo do ponto de vista do público. Não importa muito quem vai ganhar a corrida mas quem estará na frente de quem. E as atenções estarão centradas nas atuações desses 4 que vêem depois de Vettel pois ali há pequenas diferenças de pontos e de carros também.

Vettel largou no lado sujo mas a primeira curva era muito aberta e permitia uma continuidade na aceleração e assim conseguiu manter a ponta na largada. Massa foi ótimo na largad ganhando duas posições. Acho sinceramente que foi o momento mais significativo da prova. Depois disso, muito embora tenham havido algumas ultrapassagens e escorregadas, a prova foi se mostrando chata desde as primeiras voltas.

Na segunda curva Massa forçou para cima de Webber mas muito fechado e tomou ultrapassagem do espanhol. Enquanto isso o alemão Schumi que largou em nono caiu uma posição. Eu esperava mais dele dessa vêz e hoje definitivamente não foi o seu dia, não foi um dia de sorte para êle.

No volta 6 Button disputa apertado com Rosberg e ultrapassa. Achei que poderia ser uma cena a ser observada constantemente na prova mas me enganei. Era inicio de prova e já havia uma distancia considerável entre os carros. Isso foi torando a prova monotona. A Red Bull como sempre ditavam o ritmo e a Ferrari mostrou que tem carro para brigar pelas melhores posições, bem no começo. Alonso começou a encostar em Webber e Massa que vinha uma posição atrás acompanhaou.

Rubens se virava na 12a. colocação, ao mesmo tempo que Maldonado se arrastava na 20a. Claro que não dá para esperar coisa muito impressionante de um estreante, ainda mais numa equipe cujo carro luta para andar no meio do pelotão e nada mais. Rubens terminou em 12o. mesmo e Maldonado ainda conseguiu mais duas colocações à frente, ficando em 18o. no fnal. Definitivamente a Williams não lembra em nada aquela poderosa do passado.

Na volta 11 os pneus já não eram os mesmos e começaram os pits. Na 14 foi a vez de Webber trocar pneus e Vettel veio em seguida trazendo Alonso na cola. Mesmo assim Vettel continuou na frente pois já havia ganho um espaço muito grande. Webber é um cara que pilota para andar rápido e finalizar em pódio, mas o rendimento que êle tem nas corridas o coloca, mesmo que não seja essa a intenção, como um tipo de escudo atrás de Vettel, o que faz o alemãozinho abrir sem parar logo no começo da corrida, coisa difícil de ser superada depois.

Na volta 15 Schumi aparece com a asa quebrada. Na saída do pit espremeu muito na cruva à direita com Petrov por fora e a ponta da asa acho o penu traseiro esquerdo do russo na linha. Schumi forçou mais que o necessário e pagou o preço. Tanto que tomou volta, terminando em 17o.

Na volta 17 uma cena mostrou as diferenças abismáticas da F1 atual. Com apenas 30% de prova transcorrida já havia retardatários na pista. Webber chegou muito rápido em Narain Karthikeyan que não lhe deu caminho livre imediatamente e Webber reclamou. Muito justo que reclamasse pois está perdendo tempo atrás de um cara que não tem como andar no ritmo dos ponteiros que disputam ponto decisivos a cada corrida. A diferença entre os dois é muito grande para o nível da categoria.

Na volta 18 um momento muito legal de perícia e atenção. Perez brigava duro com Heidfeld e Rubens vinha atrás. E Perez errou enquanto Rubens atento a cada instante da briga passou sem problemas. Na pilotagem mesmo.

Alguerssuari que largou na bacia das almas foi um dos ultimos vir para o pit na 20a. colocação, com os pneus em frangalhos a essa altura. Uma volta depois uma ultrapassagem chamou a atenção na corrida pela rapidez. Alonso veio colado em Webber e no final da reta abriu a asa e passou como um foguete, ao mesmo tempo que Webber não podia, às custas de regulamento, defender-se da mesma forma. Esse artificialismo na F1 gera surpresas mas não necessariamente emoções dignas de nota.

Perez foi o ultimo a trocar pneus na volta 26. Ficou claro ali que os pneus iriam determinar o resultado. Perez tomou volta mas temrinou em 11o. num grid de 24. Não é para reclamar. Mas os pneus fazem a diferença não apenas na pista. Eles precisam ser susbtituídos e aí a equipe entra no jogo. E a Ferrari fez uma troca de Felipe na volta 32, 5 segundos mais lento que o esperado, por conta de um porca que deu trabalho na roda traseira. Acabou a corrida para Felipe ali naquele lance pois não haveria mesmo com recuperar esse atraso com metade da prova cumprida.

No final a Ferrari fez um trabalho muito com. Com Alonso. Veio para os pits na 3a. colocação e voltou para a pista em 2o. na frente de Webber. E terminou assim a corrida com Vettel em 1o., Alonso em 2o. e Webber em 3o. Felipe voltou para a sua posição de largada, 5o. Rubens terminou em 12o. e me deixou a impressão de que se conseguir isso no restante do ano já pode levantar as mãos para o céu. Com esse carro não dá para mais.

Um detalhe muito importante a ser lembrado é que Hamilton foi o 4o. colocado, dessa vez sem bater em ninguém. Mas diz que continuará agressivo. E por acaso precisa bater pra ser agressivo??

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Kart São Paulo 2011, etapa 5. Beleza no box, perícia na pista.

Estela Gallucci curtindo mais uma vitória do pai

As antigas corridas de F1 tinham os boxes recheados de mulheres, esposas ou namoradas dos pilôtos, e sempre havia um espaço para elas na mídia dessas corridas, fôsse durante ou depois. Hoje a imagem a ser veiculada é a dos carros e da garotada new style, como se apenas isso fôsse o grande atrativo de uma corrida, que afinal é sempre um evento festivo.

Ontem duas belas loiras foram enfeitar as nossas feiúras no kartódromo. Uma, provávelmente esposa de um dos pilôtos, eu não conheço e não tive a esperteza de tirar uma foto. Que me desculpe o casal. A outra, da foto do post, compareceu para ver o pai ganhar a primeira corrida do ano no Kart São Paulo, a Estela Gallucci.

A vitória do Giba na Light foi uma barbada. Tão grande que na tomada de tempo eu fui lá falar com êle e disse para fazer tudo redondinho porque os de trás não alcançariam êle. E dito e feito, pole e vitória de ponta a ponta com pouco menos de meia volta de vantagem. No box a filha assistindo o pai coruja ganhar mais uma, foi um cenário habitual nessa família. A filha também pilota um bocado e é claro que curtiu ver o pai disparar na frente dos concorrentes.

Mas na Light a garantia de ingresso ficou por conta do Cacá, terceiro colocado na corrida. Fiquei no box vendo êle pilotar pois eu saí com o mesmo kart que êle na Master. Êle estava engavetado entre dois karts mais lentos e não achava espaço para ultrapassagem. Andamos no circuito hum, com chicane na saída da hum onde é preciso frear e fechar bem a curva. E foi ali mesmo, no final da reta que o Cacá fez uma ultrapassagem de mestre por fora. Mostrou que estava muito atento à tocada do adversário e quando o viu fechando cêdo demais e freando cêdo também, acreditou e foi frear lá dentro enquanto o outro fechava tudo que podia. Emparelhou na chicane e foi embora. No box só exclamações de admiração. Sem dúvida foi o espetáculo da noite.

Na Master eu não esperava fazer grandes coisas mas sabia que poderia ter uma corrida melhor do que as primeiras do ano, e de fato não posso reclamar dessa vêz. Andei no mesmo kart do Cacá, o 03, e confirmei a impressão que tinha. Assistindo êle na sua bateria eu vi que não empurrava e fiquei na dúvida se trocava ou não, ao mesmo tempo que o Anderson me dizia que não iria adiantar. Mas acontece que além de eu ter idade para ser pai do Cacá, engordei um pouco e acabei levando um excesso de 5 kg's no lastro. Aí, ficaria vendido na disputa.

Na corrida eu tive dificuldade para chegar no Bruno Escarin que tinha uma diferença de pêso a meu favor de 7 kg's. Deveria mesmo ter trocado logo na primeira volta da tomada.

Mas, andando num grupo que anda mais rápido e mais homogêneo, as tuas referencias ficam bem melhores. Não fiz nada digno de nota mas com 23 karts na pista cheguei em 12o. tendo feito 3 ultrapassagens. Fora isso fiz 15 voltas com uma variação de tempo de 1%. Não está ruim mas não está rápido. Outro ponto que importa bastante é que sómente o 21o. colocado, o Eduardo Lorente, e os seguintes tomaram volta. Treze karts andaram dentro do mesmo segundo, eu incluso. Enfim, diria que foi uma corrida bôa.

O que não foi bom foi uma atravessada que eu dei na saída da hum quando tentava chegar no kart 38, do Gilberto Souza. Acabei entrando na grama do lado de dentro, soltei tudo e esperei o kart tomar um rumo e consegui apontar para o asfalto da dois. E voltei à corrida mas tomando ultrapassagem do Werner e do Bruno Escarim. Fui atrás e ultrapassei os dois novamente, mas como isso foi no final apenas vi o 38 de novo na minha frente, sem chance de encostar.

Enquanto isso, lá na frente o Pedro Rosinha disparou vencendo a corrida com o kart 22, o mesmo com o qual o Giba ganhou na Light, e registrando o melhor tempo da noite, 1:01.915.

Resultado da Light:

1 - Gilberto Gallucci
2 - Paulo Ferreira
3 - Carlos Dreon
4 - Julio Castrezana
5 - Alexandro Silva
6 - Clovis Silva

Resultado da Master:

1 - Pedro Rosinha
2 - Mauricio Ikeda
3 - Alexandre Nishida
4 - Antonio Lopes
5 - Samuel Souza Bezerra
6 - Eduardo Oliveira

domingo, 12 de junho de 2011

GP do Canadá - Button vence na última volta após erro de Vettel

A primeira corrida do ano na chuva mudou o cenário da prova em relação às outras mas o líder continua sendo o mesmo, Vettel que largou na pole outra vez. Mas nessa corrida com Alonso muito perto dele nos tempos da classificação, em segundo lugar. A largada seria não apenas um tanto perigosa mas principalmente muito emocionante. E foi isso mesmo que aconteceu, com Vettel segurando a sua primeira posição.

Aconteceu o que se espera numa hora dessas, o da frente se é bom na água despacha todo mundo porque estar na frente na chuva significa visibilidade total. Aliás a prova começou com pista molhada mas sem chuva que veio logo depois.

Junto com a chuva vieram as trapalhadas de Hamilton que em 4 voltas válidas de corrida (a largada se deu com safety car) deu um show de toques. Logo na primeira volta Hamilton tocou em Webber que rodou e foi para na décima colocação. Schumi a essa altura ocupava a 5a. colocação, ótimo para quem largou em oitavo e principalmente no caso dele que é muito bom em pista molhada.

Vettel deu uma atravessada na volta 7 mas continuou na frente e na volta seguinte foi a hora de Hamilton entrar em cena novamente. Na reta dos boxes vinha mais rápido que Button e colocou por dentro. Como ali há uma curva à direita bem aberta, Button abriu e mandou Hamilton para o muro, que querbou a roda traseira e interrompeu a corrida com a entrada do safety car. Talvez Button não tenha mesmo visto Hamilton naquele momento mas sempre fica uma dúvida de que aquilo não tenha sido um tipo de ‘acerto’ interno. Terminando a prova de hoje com Hamilton fora, Button continua na frente do seu companheiro, veloz e meio afobado às vezes. Se não havia nada entre os dois acredito que a partir dessa corrida vai passar a existir.

Com o SC na pista iniciou-se uma movimentação continua nos boxes e Button foi para lá na volta seguinte à colisão com Hamilton. Kobayashi  agora está na sexta colocação. Button saiu do pit em velocidade acima do permitido e por isso na volta 13 foi punido com drive through. A incerteza das condições fez os pilotos irem aos pits para colocar pneus intermediários pois a pista secava, mas se soubessem que seria uma decisão precipitada a história da prova seria outra. A chuva voltou forte e na volta 25 a prova foi paralizada.

Mais tarde às 16:50 os carros entraram na pista novamente e começou uma nova corrida em que o maior beneficiário do fim de semana foi justamente Michael Schumacher e a sua reconhecida habilidade de pilotar em pista molhada. Num lance de atenção a habilidade ultrapassou Massa e Kobayashy de uma vez e foi para a segunda posição, atrás do seu compatriota imbatível. A impressão que se tem a essa altura é de um pódio predominentemente alemão. Já estão fora da corrida Heidlfed, Sutil, Alonso, Kovalainen e Hamilton. Alonso saiu fora da pista disputando com Button e ficou preso na zebra, o que ocasionou outra entrada do safety car. Bom para o alemão Schumi que poderia disputar a ponta com Vettel, embora não tenha chances de permanecer à frente dele.

Na última relargada Schumi continuou em segundo por um bom tempo mas atrás dele vinham uma Red Bull que não deixa dúvidas quanto à eficiencia e um Button conseguindo se recuperar de uma corrida muito dificil. No finalzinho da prova Schumi foi ultrapassado por Button e Webber e terminou a prova em quarto, numa brilhante afirmação da sua capacidades de pilotar em pista molhada. Mas o surpresa final ficou para a última volta com Vettel errando, tendo Button colado nele, que então o ultrapassou e venceu a prova deixando Vettel em segundo e o seu companheiro Webber em terceiro. Não foi o melhor dia para Vettel mas continua disparado na frente. Foi um dia de intenso trabalho para Button, que venceu pela primeira vez no ano e um alívio para Schumacher no que diz respeito às críticas que tem recebido. Apesar da imensa demora em finalizar, a corrida acabou sendo uma das melhores, sem dúvida.

Velhos troféus empoeirados


Troféus são na prática uma lembrança de um acontecimento onde voce mereceu ser premiado pelo que fêz. Mas êles representam o resultado final de um esforço seu visando um determinado objetivo e por isso o valôr deles está além da lembrança pura e simples. Pergunto se um cara como o Eder Jofre, hoje práticamente esquecido, daria fim aos prêmios que recebeu nas suas lutas, muito especialmente as mais importantes? Claro que não, ninguem seria maluco de dar fim a essas coisas. A não ser que isso represente um passado ao qual não se dá mais nenhum valôr. É bom levar em consideração que troféus são premios relacionados à idéia do mérito pessoal. Quem ganhou fêz por merecer.

Recentemente um amigo disse ter vontade de dar um fim a todos os seus troféus que hoje ocupam espaço, empoeirados numa prateleira. Dar fim a essas coisas tambem significa desfazer um elo com o passado, que pode chegar ao nível até da negação. É claro que troféus não fazem a vida de ninguem, pilôto ou não, mas são únicos por terem significados únicos.

O nosso automobilismo está numa condição que deixou uma saudade no melhor estilo dos fados de dores de amor. Não é apenas o automobilismo em si que está em declarada agonia mas todo o ambiente não é mais o mesmo. Falei disso outro dia com um dos nossos melhores motociclistas e êle tem a mesma impressão.

Afinal, o automobilismo do qual gostamos de lembrar e que nos deu muitos prazeres, atualmente é visto como época de ouro, de brilho pessoal, mas que não tem paralelo nos dias de hoje. Mudou tudo, não apenas a tecnologia mas o próprio ambiente do ponto de vista social. E as pessoas que representam essa época às vezes se sentem um tanto separadas do meio, quase como se as suas vivências não tivessem mais nenhuma ligação com esse esporte.

Se o esporte que no passado foi brilhante, com momentos de glória até, hoje perdeu o valôr, é possível que as lembranças dessa época venham a ser também desvalorizadas. Acredito que se atualmente o automobilismo fosse mais valorizado, não apenas pelos pilôtos quando estão virando curvas em corridas, o que representa o automobilismo como um tôdo seria também valorizado incluindo as lembranças. Mas quando se fala com alguém que tem um desses troféus empoeirados, práticamente esquecido em um canto qualquer, o que se percebe algumas vêzes é que o estado daquele objeto reflete de uma certa forma o estado atual do esporte na visão do seu possuidor - como uma coisa envelhecida, empoeirada e esquecida.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Henrique Iwers - automobilismo gaucho perde um dos seus genuínos representantes

O mundo dos motores 2 tempos DKW ficou com um ‘tempo’ a menos, irrecuperável. No dia 6 de Junho desse mês, faleceu em Porto Alegre o gaúcho Henrique Iwers, um dos últimos e melhores especialistas da preparação desses motores. Herdou do pai, Karl Iwers, o conhecimento, a paixão pelas corridas e o gosto por essa mecânica. Quem já pôde alguma vez na vida ouvir o ruído característico de um motor 2 tempos preparado rompendo uma reta em alta rotação, entende a tradição que representa essa mecânica na história do nosso automobilismo na sua época mais romantica. E nas terras gaúchas tradição não é apenas um termo de dicionário mas uma forma de se viver.

500 Quilometros de Porto Alegre, 1968
À partir da esquerda Vitório Andreatta, Francisco Landi, Jan Balder e Henrique Iwers (3o. colocado)
(foto: acervo pessoal de Jan Balder)

A família Iwers possuiu uma autorizada Vemag no Sul e isso colocou em contato Karl Iwers e Anthony Balder, diretor de engenharia da empresa. Por isso, em 1960, Henrique Iwers veio à São Paulo fazer estágio na fábrica e assim conheceu a sua futura esposa Anneke Balder. Cenário perfeito para a continuidade das famílias e também o surgimento de uma parte das histórias do nosso automobilismo, numa época em que conseguir alta performance de um motor aspirado de 1 litro a 2 tempos era coisa para poucos.

Henrique e o seu pai fizeram várias corridas em dupla. Assim Henrique têve ambiente para desenvolver as suas capacidades de pilôto e preparador. Pilotar o carro que voce mesmo preparou sempre foi uma receita clássica para grandes corridas. A sua primeira prova deu-se em 30 de Março de 1960, vencendo em Porto Alegre o II Quilometro Lançado de Porto Alegre. A última foi na inauguração do Autódromo de Tarumã em 8 de Novembro de 1970 com um DKW Malzoni Grupo IV, chegando em 29o. na geral e 14o. na categoria D4.

Henrique Iwers é recordista de vitórias com DKW´s na cateogria 1 litro, somando 19 vitórias, sendo 7 na geral. Sua última vitória foi em 22 de Dezembro de 1968, em dupla com Jan Balder nas III 12 Horas de Porto Alegre.

Uma herança familiar que mescla preparação e pilotagem, fora a união em família, só pode dar frutos positivos. Em 1968 os gaúchos Iwers convidaram Jan Balder para uma corrida no Uruguay em El Pinar. O carro, um DKW, foi preparado por Karl Iwers e pilotado em dupla por Henrique Iwers e Jan Balder. Apesar de um problema com a embreagem no decorrer da prova a dupla venceu na sua categoria, 1 litro, e teria sido segundo na geral atrás de um Mini Cooper, caso houvesse uma classificação geral.

Como um mestre na preparação de DKW´s, Henrique desenvolveu muito o senso da preparação de motores e mostrou isso nos Super Vê da Equipe Brahma, comandada por Jan Balder de 1975 a 1977. Jan também teve na sua equipe um Passat Divisão 3 pilotado por Afonso Giaffone e também esse motor foi preparado por Henrique Iwers e se tornou pioneiro nas vitórias desse carro na D3. Na sua revenda VW em Porto Alegre, Henrique Iwers preprarou motores para pilotos de rally´s. Era representante Puma e preparou um completo que obteve vitórias com Enrnai Dietrich, o Naninho, em provas no sul do país.

Na foto do post o último à direita é Henrique Iwers nos 500 Quilometros de Porto Alegre, prova em que chegou em terceiro lugar pilotando sózinho um DKW Malzoni na categoria Turismo Força Livre.

Jan Balder estava no Rio de Janeiro quando recebeu a notícia de que o "Gordo Iwers", como Jan chamava o cunhado, ‘cruzou a linha de chegada’ pela última vez. Perdeu um familiar querido, grande amigo e companheiro de competições. Também o automobilismo gaúcho perdeu um dos seus grandes ícones e certamente um testemunho de uma época em que corridas eram provas de longa duração em estradas, forma de competição automobilística que deixou saudade no país.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O ego de alguns 'pilotos superiores'. Ainda bem que conheço só dois exemplares dessa espécie

Em todos os meios se encontram pessoas cheias de soberba, emsimesmadas, que pensam ser a maior maravilha do século. Tenho dois blogs, infelizmente pouco alimentados porque não tenho mais o tempo que tinha para escrever. Gosto de escrever e adorei mesmo a idéia de me aventurar na blogesfera, acho uma delícia. Mas não vivo disso, não sou profissional e, principalmente, ao contrário do que alguns me afirmaram de forma muito gentil eu não sou jornalista. Mas isso é de menor importância, o que importa é que faço uma coisa que gosto e que algumas pessoas também gostam, ou seja pelo prazer apenas.

E nessa situação de escrever, de me comunicar na internet, fui conhecendo pessôas e aprendendo um pouco mais do que eu esperava. Se há dois meios onde eu fiz amigos muito legais, esses foram o kartismo e o automobilismo. Estou sendo profundamente honesto quando digo que a quase totalidade das amizades que fiz são ótimas.

Mas habitualmente temos a esperança meio utópica de nos conectarmos a um meio onde tudo correrá às mil maravilhas. E aí podemos eventualmente nos decepcionar com alguns do meio. É preciso considerar que nada é absoluto ou perfeito. Por exemplo, no kartismo amador, uma pessôa muito conhecida no meio tem uma verdadeira aversão à mim por conta de uma antiga diferença nossa. Mesmo tendo razões de sobra, comprováveis e sustentáveis, para ter me indisposto com o dito cidadão, um dia o procurei afim de propor uma pauta que sei que poderia ser interessante para nós. Claro, um sujeito arrogante e cheio de si como ele é, que adora um holofote como nunca vi em outra pessôa, e que ainda por cima mostra que qualquer contrariedade é motivo para caras feias, não iria dar a menor atenção à uma iniciativa minha de retomar um contato. Dane-se, não faço a mínima questão desses tipos.

Para ser honesto, achei excelente isso. Porque o iluminado em questão não sabe que chegou aos meus ouvidos, atravéz de um amigo comum, que ele me metia o pau pelas costas ao mesmo tempo em que eu dele nada falava. Ou seja, é mau caráter sim. E para ficar um pouco pior ainda, um dia fiquei sem entender quando ele questionou o meu caráter no kartódromo e por conta de uma situação suposta, que nem ao menos havia se configurado. Um pré-julgamento digno de um adolescente metido. Enfim, alem de efetivamente mau caráter é arrogante, daquele tipo que se vê no topo da escala social. Fazer o que? Prefiro francamente entender essas coisas assim do que nunca saber com quem lido. Às favas esse moleque mal criado.

Mas no automobilismo há um outro do mesmo tipo. E curiosamente isso me fez entender que nesse meio existe um tipo de ciumeira muito característica, uma coisa, digamos, original. Um dia eu notei que essa pessoa, que me conhece pessoalmente, que sabe de quem sou amigo, que sabe o que faço no autódromo (encontrar amigos), e que sabe mais um monte de coisas, de um momento para o outro resolveu me tratar com descaso público. Na frente de amigos meus que ele sabe quem são, fez que não me viu numa rodinha. É óbvio, ele quiz mostrar naquela hora que é superior à mim, que não fala com um qualquer como eu. Eu não tenho carro de corrida ou kart próprio, então por isso sou uma pessôa de categoria inferior. É como dizer “voce não é da minha turma, não falo com gente como você”.

Eu achei aquilo muito estranho porque não conseguia entender o que eu poderia ter feito para ser tratado assim por uma pessoa que até pouco tempo antes me cumprimentava normalmente e até sorria. Para ser muito honesto eu nunca entendi a razão disso integralmente. Então, um dia resolvi tirar a prova dos nove. Nesse ano no autódromo, encontrei a figura ao lado de um amigo meu. Quando me aproximei cumprimentei imediatamente o nosso amigo comum, que retribuiu com a gentileza de sempre. Então após um minutinho para ter uma chance fui cumprimentar o esquisito superior e lhe dei um tapinha nas costas, desses que voce dá quando não vê a pessôa há muito tempo. E ele nem se virou para ver quem era. Porque ele sabia quem era. Então entendi que realmente a questão era uma discriminação comigo cujas razões particulares do cara não me interessam.

E como já acompanhava essas reações dele e os papos e o jeito dele com outras pessoas, pude compreender fácilmente que ele vivencia uma panelinha que ele mesmo quer formar e controlar, na qual ele aparece mesmo que nao tenha nada a dizer de mais significativo. Ele é uma pessôa que muitos conhecem e por isso acha que não tem necessidade de ser simpático com ninguem. Na verdade eu acho a mesma coisa, sou simpático se quero ou não. O que eu não costumo fazer é ser simpático num dia e antipático no outro sem absolutamente nenhuma razão plausível da outra parte. Sem nenhum motivador justificável.

No caso dele eu sei do que se trata. É o ego. Caras que pilotam e que conseguiram adquirir algum nível de exposição da sua pessoa, em alguns casos enchem o ego de uma forma irreconhecível. Passa a ser um cara arrogante que não se mistura com o que ele considera qualquer um. Isso não é aquilo que costumo chamar de ser humano, ao menos não um do tipo decente.

Enfim, o que quero dizer com isso é que esse meio das competições de velocidade, seja lá que categoria for, sempre tem alguem do tipo ‘não me toque porque eu sou melhor que voce’. Alguem que se acha a maior maravilha do planeta mas que na verdade não é nada disso, é sim falso como esse último aqui citado. O primeiro sim, deixou claro para mim que é falso mesmo quando falou mundos e fundos pelas minhas costas. Um autentico mau carater. Mas fora isso é também do tipo adolescente não confiável que vai tomar alguma atitude se apenas se sentir contrariado, coisa que na ótica dele é inadmissível. Melhor mesmo se afastar disso.

Nos dois casos chamaria de pobreza de espírito. Sim, lamentávelmente no automobilismo e no kartismo também há pobreza de espírito. Ainda bem que até o momento encontrei só dois exemplares dessa espécie involuída. Os outros que eu conheço são alguns dos melhores amigos que já tive. E a principal razão disso é que eles me tratam muito bem. Por muito bem entenda-se de maneira mais cordial possível, sem exageros, excessos, falsidades. Me tratam como aquilo que eu sou - gente.