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domingo, 8 de maio de 2011

GP da Turquia - melhor corrida do ano, com asas, kers e pneus garantido o espetáculo

Eu esperava por uma largada emocionante e foi isso mesmo o que se viu. Nico em terceiro tinha mais chances para um melhor traçado do que Webber pois largava do lado limpo e foi precisamente isso que se viu na hora da luz verde, com um integrante a menos no grid. Glock não largou com problemas no câmbio.

Ao mesmo tempo que Vettel seguia para a primeira curva de mais uma vitória, a 3a. do ano na 4a. corrida, Webber caía para a 3a. colocação e Hamilton mais ainda, indo parar na 7a. na largada. Felipe e Rubens também caíram cada um uma posição e Schumi fechou a primeira volta em sétimo.

Sem acidentes no comêço a prova passou a seguir um ritmo ditado pelo estado dos pneus nas primeiras voltas. E o primeiro pit stop, na 3a. volta, curiosamente não foi devido às trocas habituais de pneus mas a um toque entre Schumi e Petrov, no qual o bico do carro do alemão foi quebrado. Nesse aspecto ele é o velho Schumi que não vende barato nenhuma ultrapassagem e pode até ser prejudicado com isso.

Começaram as ultrapassagens em ritmo de corrida e Webber retomou o seu lugar ultrapassando Rosberg. Mais tarde ficaria evidente que para certos carros não muda tanto assim largar lá na frente, como foi o caso da Mercedes que foi ficando sem pneus ao longo da prova.

A volta 3 reviveu velhas disputas internas de grandes equipes e grandes pilôtos. Hamilton correu atrás do prejuízo da largada, encostou em Button decido a ultrapassá-lo, o que acabou conseguindo numa disputa bem acirrada. Ao mesmo tempo Alonso pressionou Rosberg e a sua asa fez o trabalho para que ultrapassasse e assim Rosberg caía para a 4a. colocação.

Na volta seguinte a asa novamente faz o espetáculo e Button dá o trôco no seu companheiro de equipe. Felipe Massa vinha logo atrás e já era hora de ir aos pits. Aí veio um momento emocionante para o espectador e a primeira decepção de Felipe na prova. Ultrapassou Hamilton na pista e entrou na sua frente no box. Mas a troca da McLaren foi impecável e Felipe perdeu no pit lane a posição para Hamilton e por pouco não se tocaram lá mesmo.

Em seguida a Ferrari outra vez perde espaço no box mas agora para a Red Bull. Alonso e Webber entram nos boxes e Webber sai na frente. Aquela Ferrari das trocas mais rápidas da F1 é nada mais que uma lembrança saudosa.

Na volta 13 Vettel veio para os pits para a sua primeira troca. Numa corrida com 58 voltas previstas os seus pneus macios duraram 20% do total, situação que na antiga F1 determinaria o final da corrida de um pilôto.

Os mesmos pneus que equipam os outros carros não davam ao Mercedes de Schumi a aderência necessária e Rubens encostou nêle decido a ultrapassar. O fêz por dentro sem poupar nada em termos de espaço e pareceu até mesmo ato de vingança pessoal, embora na prática tenha sido uma ultrapassagem absolutamente limpa. Penso que nessa hora a cor do carro à frente deve influenciar um pouco mais a motivação de Rubens com o seu muito deficiente carro. E isso deixa aqui a noção de que o carro do alemão é mesmo ruim pois o de Rubens só não é pior que o ecológico e incrivelmente lento Honda que pilotou no passado antes da Brown.

Na volta 16 Schumi levou mais uma ultrapassagem, dessa vez de Kobayashi, e Sutil que vinha na balada aproveitou e ultrapassou também. Não adianta dizer que o alemão está velho pois o carro efetivamente não está à altura dêle. Isso está ficando cada vez mais evidente.

Entre as voltas 20 e 24 Felipe, Nico e Button patrocinaram uma bela briga e Nico levou a pior e isso já deixava a conclusão de que o seu carro não era mais o mesmo. Logo depois Vettel vem para mais um pit e na saída mostrou a diferença impressionanete entre os carros mais competitivos e os do fim do grid. Já na saída do box ultrapassou na primeira curva outro bem mais lento que me pareceu um da Hispania. Este vinha em ritmo de corrida e Vettel acelerando. Ultrapassou como se viesse lá de trás em ritmo muito forte para colocar uma volta. As performances dos carros do final do grid são lamentáveis na comparação com os da frente.

Alonso recuperou o seu segundo lugar de Webber mas isso não iria até o final. O espanhol tirou mesmo o sangue do seu carro. Diria hoje que êle foi a Ferrari sozinho na pista, pois a equipe não é mesmo aquela imbatível do passado recente. Hamilton que vinha se recuperando de uma largada ruim têve o seu trabalho prejudicado no box por uma roda dianteira que atrasou muito a troca de pneus.

Já perto do final da corrida, na volta 42 Vettel liderava seguido de Alonso, Webber, Hamilton, Rosberg e Button. Pouco depois a Ferrari novamente deu problemas no box para Felipe e aí encerraram-se as suas chances de uma corrida aproveitável. Perdeu nada menos que 9s no box por conta da roda traseira direita. A sua participação neste GP ficou inteiramente comprometida e bem atrás de Alonso.

A volta 54 foi o show que tôdos gostam de ver numa corrida. Schumi, que não desiste nunca, aconteça o que acontecer, ultrapassou Alguerssuari mas Felipe vinda logo atrás ganhando terreno e encostou. Entraram os 3 lado a lado na curva seguinte num balé digno das mais belas disputas do automobilismo. O resultado foi que Felipe utrapassou Schumi no apêrto e esse acabou saindo da pista e tomou outra ultrapassagem de Alguerssuari.

Quem não conseguiu segurar a sua posição foi Alonso que foi atacado no final por Webber e aí sobrou pilôto para a briga mas faltou carro. E assim Alonso garantiu com um bocado de suor a terceira posição, com Webber em segundo e o brilhante Vettel vecendo pela terceira vez nesse campeonato. Ainda no finalzinho da prova Vettel se arriscou fazendo uma ultrapassagem bem apertada sobre retardatários. Numa palavra, foi na minha opinião a melhor corrida do ano. Mesmo que isso tenha sido conseguido às custas de Kers, asas e pneus. Valeu a pena assistir.

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