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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paulo Kunze - falece nesta manhã o pilôto da Stock Paulista

Paulo Kunze
(foto: reprodução)


Hoje pela manhã o Hospital Alvorada divulgou comunicado anunciando a morte do pilôto Paulo Kunze, empresário de 67 anos que pilotava na Stock Paulista. No último domingo capotou o seu carro ao colidir com um adversário e foi levado ao Hospital Alvorada onde passou por cirurgia na cabeça. Seu estado foi declarado grave mas estável. Entrou no estado de coma e afinal não resistiu e faleceu.

A Associação dos Pilotos da Stock Paulista divulgou nota neste link - http://stockpaulista2011.com.br/2011/04/paulo-kunze/

Apenas alguns dias após a morte de Gustavo Sonderman somos surpreendidos por mais uma notícica trágica. Sim a morte é trágica, aconteça em que condição for. Paulo poderia ter morrido em qualquer outra circunstância. Sem dúvida nenhuma ele corria mais riscos nas ruas do que na pista, dado o número gigantesco de inconsequentes que possuem autorização para dirigir.

Paulo Kunze praticava o seu esporte dentro dos limites de risco conhecidos. Sabia claramente que poderia ter um acidente de grandes porporções. Como ocorre com qualquer outro pilôto, para êle a velocidade representava vida intensa. Na prática representava uma parte da vida em si. Fazia o que gostava de fazer pois ninguem nessa idade pretende ter um currículum profissional, e sim o prazer de pilotar. Tenho a convicção plena de que êle estava lá por amor à velocidade.


Se alguém lhe dissesse que estava velho demais para pilotar e o proibíssem, com certeza teriam decretado a sua morte interior. É provável que passasse a se sentir como um aposentado qualquer.


Entendo que uma pessôa dessas já não tem mais a mesma agilidade de um jovem. Mas está vivo por dentro e não vai querer deixar o mundo sem ter podido experimentar a sensação de viver a vida com intensidade. E estou certo, mesmo não o tendo conhecido, de que êle buscou justamente essa intensidade no seu esporte.

É lamentável mesmo que a sua vida tenha se encerrado. Agora é a família que sofrerá com a perda. E perdas familiares são dificeis de serem superadas, deixam um estado de vazio e impotência que demanda um longo tempo até que tudo volte ao normal.

Antes mesmo que Paulo falecêsse, li na internet sobre a intenção da CBA de impor limitações de idade aos pilôtos das muitas categorias de automobilismo. Um dia faleceu um pilôto cujo acidente deu-se numa curva perigosa e agora pretendem mudar o trajeto da curva. Agora faleceu outro pilôto numa capotagem e a sua idade é tema de reflexão sobre essa mesma condição para a prática do autmobilismo.

Eu sinceramente não sei se essas entidades devem se dar ao trabalho de nos limitar em função daquilo que eles consideram o nosso estado de aptidão. Penso que elas deveriam estar mais centradas na ótica de desenvolver as nossas aptidões e não bloqueá-las por antecipação. E eu pergunto quantos Paulo Kunze não existem por aí que estariam dispostos viver as emoções de uma pilotagem antes de deixarem o mundo. Essas pessôas com certeza se sentiriam os maiores impotentes se alguém lhes dissesse que já podem morrer na platéia porque não podem mais viver no palco.

Espero que Paulo Kunze seja visto como exemplo de atitude e não como lembrança trágica. O Blog Amigos Velozes se solidariza com a família nessa hora de tristeza.

2 comentários:

Anônimo disse...

Zé, parabéns pelo seu comentário. Preciso e oportuno. Na minha opinião o piloto tem que estar apto para entrar numa pista e competir. IDEPENDENTE DA IDADE. Na renovação da carterinha avalia um prontuário de piloto nas competições que partic...ipa ou participou. Imponha teste de reflexos aptidões, habilidade. Um piloto de avião passa por tudo isso e se reprovar em algum quesito no decola. Ou seja, não tem a carteira renovada.Se houvesse mais rigor para se ter uma habilitação, não teríamos tantas mortes no transito ou nas rodovias do Brasil. Meus pêsames a família do Paulo. E a ele os parabéns por estar fazendo o que gosta e competindo em uma prova de alto nível, apesar da idade. Vai com Deus, Paulo.
L. C. Marinho

Zé Clemente disse...

Marinho, a idade limite na aviação é 65 anos. Mas aqui é uma questão profissional e envolve riscos multiplos. Anualmente um piloto de avião precisa realizar não apenas exames físicos mas check de performance. Se não passa não vôa, simples assim. No avião as coisas são um pouco mais complicadas que no automobilismo pois além de estar trafegando numa estrada de tres dimensões, precisa ter ciencia de inumeros procedimentos normais e de emergencia.

No caso do piloto de automobilismo não profissional a sitação é lúdica essencialmente. É claro que qdo se fala de uma idade como a do Paulo as coisas complicam pois nem todo mundo nessa idade está realmente apto.

Mas pensar em impor limitações de idade é o mesmo que querer eliminar o risco de morte no automobilismo. Nem a avição que é o transporte mais sofisticado de todos conseguiu ou irá conseguir isso.