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quinta-feira, 22 de julho de 2010

A vida alheia agradece

O sentimento de mãe é uma coisa que apenas uma mãe pode externar. Poem os seus filhos no mundo na esperança de que sejam felizes e que tenham uma vida com tudo que lhes possa ser oferecido. Como geradora da vida, a mãe não pensa em nenhum momento na perda do filho que pos no mundo. Mas infelizmente as tragédias podem acontecer e aí se dá uma perda sem chances de recuperação que vai marcar a vida da mãe para sempre.

Foi o que aconteceu com a atriz Cissa Guimarães que perdeu o filho atropelado dentro do túnel Zuzu Angel no Rio. O episódio se deu quando ele andava de skate e pelo que consta foi colhido por dois carros que faziam um racha.

Não vou ser hipócrita e omitir que tenha cometido exageros na vida. Acho que tôdos já fizemos isso ao menos uma vez. Eu mesmo há muitos anos, ainda no período de faculdade, passei um susto desses de arregalar os olhos, quando num determinado momento não matei uma família por uma distancia inferior a meio metro.

Loucuras da juventude, que podem muito bem ser chamadas de insanidades, que ao menos no meu caso originou um final ponderado. Nunca fui de andar devagar, aliás não gosto de nada muito lento. Mas a partir desse dia eu passei a prestar muito mais atenção nas condições do ambiente e parei de me expor e aos outros a riscos extremos e inúteis.

Sómente aos 50 anos, quando comecei a pilotar kart, eu comecei a trafegar no transito de ruas e estradas mais devagar e com muito mais atenção ainda.

E ficou bem claro para mim que se alguem deseja sentir a adrenalina da velocidade, o melhor caminho é a pista de competição. Nas ruas trafegam carros e pessoas, os imprevistos estão presentes constantemente. E a noção de liberdade de alguém não pode chegar ao ponto de tirar a vida dos outros.

O que essa mãe sente agora é um vazio sem explicações e sem tamanho, cuja origem é a inconsequencia e má avaliação das condições de um momento e local por parte de outras pessoas.

Acho que já passou muito da hora de o poder público tomar providencias muito rígidas que obriguem de toda forma a todos motoristas trafegarem em condições compatíveis com o ambiente e situação. Se queremos viver uma democracia esta deverá ter mecanismos globais de proteção aos cidadãos e não apenas mecanismos liberdade. E infelizmente no Brasil de hoje é proibido proibir. E não é bem assim que se vive em comunidade.

Se querem acelerar que o façam na pista. Se não se contentam com isso então metam o pé no breque. A vida alheia agradece.

Um comentário:

Mauricio Morais disse...

Zé, desculpe usar seu blog pra responder o e-mail que vc me mandou, mas estou sem tempo pra tudo. O pessoal liberou pra fazer a arte, depois te passo o e-mail do Joca e do Zullino.
Mas tá liberado. Eu é que estou sem tempo agora, mas daqui uns 10 dias vai voltar tudo ao normal.
Abs, Maurício