Páginas

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Claudio Abdo: "Estamos nivelando por baixo"


O Claudio Abdo saiu com gôsto de limão azêdo hoje. Tão mal humorado que me deu a sua folha de tempos da qual eu queria apenas uma xerox. Ao invéz de descontar o pontinho que tinha de desvantagem para o Otto, andou para trás e está empatado com o Mogar. O que garante o empate é justamente o descarte de hoje.

Mas a reclamação dêle no meu entender faz sentido e é caso para se pensar. É uma questão de critério. Eu também me vi numa condição difícil hoje em termos de performance e sem poder fazer nada. Para mim não faz diferença nenhuma porque não vou disputar o campeonato. O Claudio vai.


A questão se refere à seleção e trocas de kart.

Antes de entrar direto no assunto vamos fazer uma consideração inicial. Tôdo mundo sabe que há diferenças entre êsses karts. Além disso, para que não sejam brutais o kartódromo tem feito ajustes regulares nos karts e para ser honesto está melhor do que já estêve no passado. Sei porque há muito tempo já fui treinar em dias que preferi não ter sentado no kart.

A potência dêsses motores é igual em tôdos os karts, com uma pequena variação que se deve básicamente ao estado do motor. O chassi tôdo mundo sabe que num dia está alinhado e no outro um neófito sai batendo e aí já não é mais a mesma coisa. Além disso a pressão dos pneus é ajustada só uma vez antes da primeira bateria diáriamente. E as batidas laterais e subidas violentas em zebras acabam alterando a pressão. Fora os vazamentos.

O que muda de mais significativo entre um e outro é o torque e a aderência na frente. Por isso ontem eu tomava distância na subida. E na hora de fazer a hum entrava flat mas não tinha saída de curva e escapava demais.

Essas diferenças sempre existirão.

Mas o que o Abdo questiona e eu concordo é o critério de eliminação baseado na medição do kartódromo. Hoje saíram do sorteio 5 karts. E por sinal eu fui sorteado com um dêles e aí o Otto tirou outro número. Fui premiado com uma lesma vêsga. O que acontece é que os karts que ficaram são os piores e o Abdo argumenta que isso nivela por baixo.

Eu não diria que nivela efetivamente por baixo. Mas que na verdade pegamos os karts que têm o desempenho crescentemente pior. Pegamos o fim da fila da performance. Na prática hoje nós andamos em cadeiras elétricas. O Giba é um bom exemplo. Peguem um retrospecto do campeonato dêle no ano passado e isso servirá de avaliação. Se os karts selecionados tivessem diferenças de performance muito pequenas aí eu diria que mesmo nivelados por baixo estaríamos aproximadamente parelhos. Mas na verdade estamos com um desnível muito longe do que poderia ser aceito como nivelamento dentro de uma determinada faixa.

E é aí que mora um problema fundamental. As diferenças entre êsses karts não se referem só a motor. Quando há um virando mais lento que o outro, a chance de ser chassi e pneu é enorme. Lembrem-se que tôdos andam com o mesmo motor e na mesma configuração.

Finalizando, o Abdo diz que o critério de escolha dos karts deve ser mudado e eu concordo. Concordo porque é evidente que quanto mais perto um kart estiver da performance do foguête do dia, mais aderência estará mostrando, sem a qual a dita performance jamais viria. E quanto mais longe disso mais difícil de guiar, ou seja, com menos recursos de tocada na mão do pilôto.

2 comentários:

Anônimo disse...

JOSÉ CLEMENTE, simplesmente assino o texto em uma co-autoria contigo. Concordei com tudo. Há muito tempo tenho dito à todos que, em um nível próximo de pilotagem, quem ganha a corrida é o kart. O que me entristece, além do já exposto, é o fato de a SORTE não ter podido participar da última etapa. Apenas o azar deu as caras. Em um campeonato amador (kartsaopaulo.com ou kartmogi.com) temos que estipular as regras e deixar, inclusive a sorte fazer a parte dela... Ninguém sairá com o CANHÃO DA NOITE sempre e nem com a LESMA sempre. Um abraço. CLÁUDIO ABDO.

Anônimo disse...

JOSÉ CLEMENTE, simplesmente assino o texto em uma co-autoria contigo. Concordei com tudo. Há muito tempo tenho dito à todos que, em um nível próximo de pilotagem, quem ganha a corrida é o kart. O que me entristece, além do já exposto, é o fato de a SORTE não ter podido participar da última etapa. Apenas o azar deu as caras. Em um campeonato amador (kartsaopaulo.com ou kartmogi.com) temos que estipular as regras e deixar, inclusive a sorte fazer a parte dela... Ninguém sairá com o CANHÃO DA NOITE sempre e nem com a LESMA sempre. Um abraço. CLÁUDIO ABDO.