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terça-feira, 6 de abril de 2010

Rubinho - qual seria a reação do público se outro pilôto dissesse a mesma coisa?

No jornalismo (não é meu caso, pois não sou jornalista), é muito comum que se fale de pessoas que estão em evidência, como num processo de alavancagem. Um fala e o outro fala também e assim por diante. Infelizmente o nível do jornalismo no Brasil já não é mais o mesmo e é notória a falta de autenticidade de alguns. Aqui mesmo no meu bloguinho há duas matérias que foram “giletadas” na lata e que foram produzidas por mim de fio a pavio.

No seu site, Rubens Barrichello escreveu na sua coluna um texto com o título "Começo de temporada". Clique aqui e leia. Lá êle relata o início da temporada do ponto de vista do cockpit do pilôto e aproveita para não apenas explicar a questão da última largada em que ficou parado no grid, mas também dá a sua legítima alfinetada na imprensa.

Pois bem, antigamente os pilôtos não tinham sites, blogs ou twitters. Partindo-se do princípio de que pilôtos de F1 estão num nível de cognição que lhes permite expressarem-se sem maiores dificuldades, e que também a internet é uma mídia ampla e de livre uso, Rubens tem o seu cantinho para dar os seus recados ao invéz de ouvir os recados alheios passivamente.

Não sei se todas as pessoas da imprensa aprovam bem a manifestação de gente que exponha a sua opinião própria. Especialmente se essa gente são pessôas sobre as quais a imprensa quer opinar.

No seu texto, que termina de forma um tanto ácida, há uma menção ao indiano Karun Chandhok, que pilota o carro menos competitivo da categoria. E isso me chamou a atenção para um detalhe.

Pois bem, conhecendo o que é público a respeito das reações da imprensa e do torcedor em geral, eu fico imaginando o que poderia ter acontecido se fossem outros brasileiros que tivessem chamado os seus carros de porcaria, mesmo que em tom de brincadeira como foi no caso de Rubens.

Na minha opinião se fôsse Lucas diriam que êle foi precipitado, que é coisa de novato mesmo.
Se fôsse Bruno diriam que é mais autêntico que o tio.
E como foi Rubens ninguem diria que o carro dêle não tem motor suficiente para almejar o pódium e também esqueceriam que o companheiro dêle perdeu 5 posições na corrida.

Mas agora eu me lembro de quando Fernando Collor chamou, num pronunciamento na tv, os nossos carros de carroças. Todo mundo gostou porque os nossos carros da época eram sim autênticas carroças comparados com os mais atualizados da época.

Não vamos nos iludir, nós somos sim profundamente parciais e discriminadores. Pego esse caso do Rubinho como exemplo porque é muito evidente. Mas a nossa sociedade está repleta de pessôas tendenciosas. Quando Pelé foi para a Copa de 70 muita gente disse que êle estava míope. Mas depois que conquistaram aquele título teve gente que queria eleger Pelé para presidente. Bem no curso da ditadura. Eu lembro disso.

Julguem como quizerem.

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