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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Talvez seja melhor cair fora de lá.

"O Alonso colocou o seu carro ao lado do meu e, quando eu o vi, eu entendi que poderíamos ter um acidente. Então eu pensei na equipe e isso mes fez perder mais de 3 posições."

"Claro que eu vou falar com êle."

Declarações de Felipe Massa à tv brasileira, veiculadas no exterior. Eu continuo pensando que Felipe Massa já está ao menos com meio pé fora da Ferrari. E a equipe por sua vez está lá para ganhar campeonatos. Jamais vai criar um planejamento que tenha a finalidade específica de fazer campeão um dos seus pilôtos.


Nao há muito o que interpretar da manobra de Alonso no último GP. Com o sono que eu sentia não consegui prestar bem a atenção no evento mas me pareceu que a atitude de Alonso não se resumiu a ultrpassar. Aparentemente Massa estava mais lento e um freada forte ali naquele lugar poderia resultar numa colisão. E entre os dois carros da equipe isso ficaria com cara de filme de pastelão.

Nem por isso é sensato considerar a manobra de Alonso como coisa de corrida pura e simplesmente. Alonso sabe muito bem que se as duas Ferraris entram no box ao mesmo tempo, a tv vai mostrar isso na hora ou reprisar imdediatamente após. E isso se configura como uma ótima oportunidade para mostrar quem está, ou se julga, com alguma preferencia.

Já trabalhei com italianos e sou decendente desse povo. Italiano é um povo fantástico para reuniões sociais, festa, arte, cantoria. Mas para trabalhar costuma ser um desastre. Tanto Eddie Irvine quanto Rubens, foram cozinhados em fogo brando a médio prazo. Essa é a maneira habitual de os italianos mostrarem quem manda. Em que pese que são um povo incrível do ponto de vista da sociabilidade, não se pode desprezar a noção de que o orgulho está acima de tudo na vida do italiano. Tanto que é perfeitamente possível que êle saia de casa numa lambreta velha daquelas que só pobres possuem, mas vestido decentemente, barba feita e cabelos criteriosamente tratados. Ai de quem falar mal do cara porque está numa lambretinha surrada. Vai apontar direto no orgoglio.

Isso porque a esmagadora maioria dos italianos são egocêntricos. E por incrível que pareça esse egocentrismo é de certa forma o maior charme daquela cultura.

Como um bom representante de outra cultura que tem o ego como forma de se posicionar, Alonso vai fazer aos poucos o seu trabalho de pedra em pedra para minar a paciência alheia e ofuscar a imagem. E na Itália é bom não esquecer que não existem bôas participações, apenas vencedores. O futebol italiano é um bom exemplo disso.

Na minha ótica Massa deve sim seguir o padrão do time de trabalhar em equipe. Mas está na hora de mostrar a sua personalidade para o público, seja na forma de sorriso ou de declarações na primeira pessoa, de preferencia esquivando-se de falar dos outros. Êle pode precisar disso no futuro pois a sua carreira na Ferrari parece estar sendo posta à prova.

Ao contrário do que disse Rubens recentemente, que o melhor para Nico era cair fora da Mercedes, para Massa isso parece uma opção a se considerar em relação à Ferrari. A pergunta seria: onde?

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