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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Montezemolo - Portas da Ferrari estão abertas para Rossi.

A Fórmula 1 é sem a menor dúvida um dos maiores espetáculos que o ser humano tem na atualidade para o seu lazer de final de semana. Seja em frente à tv ou nas arquibancadas das pistas de competição, a categoria tem o poder de atrair as nossas atenções em função daquilo que nos oferece. A adrenalina impulsionada pelo ronco inconfundível dos motores, os quais empurram em altas velocidades carros coloridos, de shape exclusivo e de tecnologias de altíssimo nível de performance, é o grande atrativo para o mortal comum que não vai ter chance de pilotar uma máquina daquela natureza.

Não apenas a F1, mas qualquer categoria de competição automobilistica, tem o apêlo fundamental de mexer com o imaginário do público que ao assistir na arquibancada as disputas, às vezes ferozes, vê nessa atividade um tipo de espelho daquilo que seria o ideal para torná-lo uma pessôa feliz e distinta dos demais. É um espetáculo que mexe muito com as emoções das pessôas e eventualmente com os seus orgulhos.

Nada mais natural do que associar esse ambiente de sangue fervente, do qual ninguem desgruda os olhos, à uma marca que precisa ser exposta ao público. As corridas sempre foram utilizadas para esse fim.


Porém à medida que o profissionalismo toma conta dos esportes e atrai interessados no público fiel aos espetáculos, mais dinheiro ingressa no meio e assim os interesses passam a influenciar a composição e ordem do meio. E assim nem sempre a esportividade está acima de tudo como fator predominante.

O reingresso na categoria do alemão multi-campeão não deixa dúvidas do caráter midiático. O dito germânico atrai as atenções até mesmo pela ausência de apresentações espetaculares. É uma forma de valorizar a categoria e a marca Mercedes. E eu penso que é coerente do ponto de vista esportivo pois escolheram para essa missão alguém que não deixa dúvidas das suas capacidades, embora esteja num penoso processo de readaptação.

No ínterim entre a aposentadoria e o retorno, Schumi foi se divertir sobre duas rodas e não se deu bem, Os resultados não foram bons e até mesmo um tombo mais perigoso acabou determinando a sua desistencia. A volta às 4 rodas lhe colocou em um ambiente onde tem condições de disputa entre os de melhor performance na categoria. Portanto, duas rodas não é precisamente a sua espcialidade.

Assim sendo, eu entendo que o intuito da Ferrari colocar um terceiro carro na equipe pilotado por Valentino Rossi não tem outra proposta que não seja atrair público para uma presença que mais despertará curiosidade do que exaltação da performance.

Rossi pode com certeza pilotar um carro de F1 mas não acredito que possa mostrar a difícil performance que um piloto do nipe de Alonso consegue hoje, assim como Schumi conseguiu no passado. Há mais um caso já esquecido no automobilismo, de pilôto que trocou as duas rodas por quatro e mostrou desempenho abaixo do esperado. Marco Grecco disse certa vez numa entrevista que considerava fácil pilotar um veículo em quatro rodas. Mas visívelmente se referia a ausência de trabalho físico como determinante do equilíbrio da máquina, coisa que duas rodas a mais comtemplam.

Uma coisa é aceitar o desafio de pilotar uma nova máquina diferente da habitual. Outra é mostrar performance extrema. São duas leituras diferentes do esporte de velocidade, marcadas por dois condicionamentos que não se relacionam diretamente um ao outro.

Isso é que me faz pensar que a esportividade nesse esporte está cada vez mais cedendo lugar ao espetáculo  puro e simples. No frigir dos ovos os que poderão mostrar o melhor de si devem ser específicamente os profissionais de carreira.

A Autoesport divulgou nota sobre o empenho da Ferrari em ter Valentino na equipe pilotando um terceiro monoposto. Nas palavras de Montezemolo as portas continuam abertas.

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