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terça-feira, 9 de março de 2010

Virgin - Lucas vai ter dificuldades mas também muito aprendizado.

Neste final de semana começa a temporada 2010 da F1 e há uma expectativa muito grande em relação ao rendimento de vários pilotos e equipes. Schumi volta à categoria aos 41 anos, Massa retoma ao seu trabalho depois de um seríssimo acidente em 2009, Bruno Senna vai para a pista sem ter a menor noção do que esperar do carro, Alonso está se mostrando muito confiante com a Ferrari.

Entre as equipes a Virgin é uma que alimenta dúvidas. A F1 desse ano tem uma mescla de pilotos experientes e novatos que se encontrarão na pista em momentos e velocidades diferentes. E não apenas por conta da kilometragem dos pilotos mas também em função do estágio de desenvolvimentos dos carros. Por exemplo a HRT onde pilota Bruno Senna ainda não sabe que cheiro faz borracha queimada pois vai andar pela primeira vez apenas nos treinos livres dessa semana. E Bruno Senna, é óbvio, vai sofrer com essa situação.

Específicamente a Virgin é uma das equipes que despertam curiosidade em função da ousadia do projeto. O carro que será pilotado por Lucas Di Grassi foi aos testes pré-temporada mas foi idealizado absolutamente em ambiente computacional. A equipe não usou túnel de vento para desenvolver a aerodinamica. Usou software CFD, uma categoria de softwares de engenharia que é capaz de analisar a passagem de um fluído em torno de um perfil, ou seja, o que acontece com o ar quando é acelerado em direção a um perfil aerodinamico.


Timo Glock, o companheiro de Lucas, disse que sabia o que esperar do carro quando assinou o contrato e que terão que trabalhar pelo desenvolvimento dele durante todo o ano de estréia. O carro andou 4s mais lento que os ponteiros e há muitas atualizações a entrarem em vigor já na primeira corrida.

Aí sim o carro mostrará a que veio, ou não veio, pois será a primeira vez em que estará na pista em ambiente de disputa. Deverá andar apenas no pelotão de trás pois o desenvolvimento do carro foi feito de uma forma um tanto exótica, coisa que será posta à prova por várias corridas antes que o método seja definitivamente aceito ou abandonado.

Não é um início alentador para Lucas Di Grassi mas é o que êle tem nas mãos, a oportunidade da sua vida. Guiando um carro inferior aos demais na primeira temporada da sua vida, o desempenho de Timo Glock é provável fique à frente do seu, dada a experiencia já acumulada por êle. Mas apesar disso Lucas vai acrescentar até o final do ano uma bagagem adicional que lhe servirá por muito tempo na sua profissão.

Para Lucas a estréia nessas condições representa dificuldades e também aprendizado. Os anos em que esteve na Renault lhe deram a oportunidade de estar intimamente ligado ao ambiente de uma equipe de F1, mas não a oportunidade de competir. E ainda por cima as últimas mudanças de regulamento afastaram das pistas os não titulares.

Numa equipe nova com projeto de longo prazo e longe da política negativa que havia na Renault, Lucas estará trabalhando num ambiente que pode ser mais promissor ao seu desenvolvimento profissional.

Quanto ao desenvolvimento da equipe própriamente dita, a metodologia empregada dá aos engenheiros a chance de trabalharem insessantemente na aerodinamica, coisa que não seria possível com o túnel aerodinamico em função do regulamento. Isso pressupõe a idéia de que as autalizações serão frequentes e dessa forma os resultados positivos podem surgir a cada etapa. Se essa equipe tiver um ano produtivo nos avanços tecnológicos, então poderemos esperar um 2011 com Lucas aparecendo em disputas melhores.

Por enquanto o que resta é aguardar a primeira prova que nesse ano tem um ar de show de lançamento dadas as mudanças que acontecem atualmente na categoria. E além disso é bom lembrar que a F1 tem o seu auge de competitividade na Europa, o que faz com que particularmente no início dessa temporada surjam muitos questionamentos e soluções também. No final dessa semana vamos ver essas coisas aparecerem. Será emocionante, não há dúvida.

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