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sábado, 13 de março de 2010

SP Indy 300 - não é muito diferente do que eu pensei, mas eu quero ver.

Às 12:30 vai começar o treino classificatório da SP Indy 300, a prova que abre a temporada de 2010, pela primeira vez realizada em São Paulo e num circuito de rua.

Vou usar o melhor da minha sinceridade. Gostaria de estar lá. É diferente, é de outro jeito, outro lugar, são outros carros, é aqui perto, enfim tem algo que me chama a atenção na prova e que me faria ir lá assistir se não tivesse que trabalhar hoje. E por sinal numa coisa diretamente relacionada a competições.

Eu acho que é uma inciativa a ser considerada com mérito pois é um diferencial num país em que o automobilismo morreu. E eu espero que dê tudo certo e que não caia uma única gota d´agua. Espero que no ano vem tenha de novo e no mesmo lugar. Torço pelo evento.

Mas vai ser preciso eliminar o fator quebra-galho brasileiro.


Eu assisti um pequeno trecho da segunda sessão de treinos livres e saiu o que eu esperava. Logo que anunciaram a prova eu disse a um amigo meu que seria um sucesso de público e um fracasso de espetáculo.

Estão lá todas as equipes com toda a estrutura que carregam pelo mundo todo e com exatamente a mesma expertise que já possuem. Também os pilotos são os mesmos, acompanhados de novatos, entre estes a nossa Bia Figueiredo. E isso é um panorama que não mudará daqui até a bandeira de encerramento.

O que precisa mudar nessa terra, e que é uma das razões que matou não apenas o nosso automobilismo, é a infeliz idéia que o brasileiro tem de que tudo pode ser mais simples, que podemos dar um jeito, que qualquer coisa é possível pura e simplesmente porque decidimos ser assim. Pelas nossas cabeças e nada mais.

O melhor asfalto brasileiro é o do autódromo de Interlagos, o resto não presta. E falo isso de boca cheia porque eu viajei pela metade dessa terra continental e ainda viajo vez ou outra. E o asfalto de hoje tem menos buracos do que tinha antigamente mas no fundo é a mesma porcaria de sempre.

E infelizmente para essa prova fizeram um dessa mesma qualificação. Muito ondulado e com uma aderencia que pode ser notada pela câmera onboard. Uma coisa claramente não condizente com uma categoria como a Indy.

Há muita gente que desvaloriza a Indy no Brasil e eu digo à esses e todos os outros que a categoria merece coisa melhor. Há um mês eu estava comentando numa roda de amigos sobre a dúvida que seria a transição do asfalto para o concreto do sambódromo. É um desastre, e essa parte do sambódromo específicamente é inguiável. O carro nem consegue andar em linha reta.

A reta mais longa em circuito de competição no Brasil, é tão ondulada que não é possível o piloto acelerar o carro ao máximo.

Tudo porque nós somos os tais que podemos realizar qualquer coisa. E desde que a tal coisa esteja pronta, isso já a justifica por si só, mesmo que o padrão seja um desastre.

Faço um paralelo com a indústria, ambiente no qual trabalhei a minha vida toda e ainda continuo, onde o instituto da gambiarra é a metodologia de trabalho mais aceita, mais empregada.

É por isso que no Brasil há apenas 4300 metros de asfalto, que por sinal estão mais ou menos perto da minha casa.

Poderiam ter feito coisa melhor, e desqualificar a categoria pelo que está lá agora é muito injusto.

Mesmo assim eu espero que o evento se repita, que aconteça no mesmo lugar e que seja bom para o publico. Estou defendendo a idéia de que temos que ter essa categoria aqui e no mesmo local. Mas em condições coerentes com a sua proposta técnica.

Eu vou assistir, tanto a classificação como a corrida. Não perco.

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