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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um balaio de surpresas na F1 - o público é quem ganha.

No ano passado eu achei que deveria excluir o tema F1 das minhas postagens. A razão é que de uma certa forma isso apenas alimenta do meu ego e nada mais. Há gente boa que escreve sobre F1 no Brasil, mas os europeus ocupam lugar distinto na tarefa pois ao longo de anos de "estrada" acabou surgindo uma comunidade de jornalistas que se manteem constantemente antenados e em contato direto com os integrantes da categoria. E isso é coisa que vem de décadas.

Mas estou pensando que devo reconsiderar a minha decisão. E o motivo não é apenas o retorno do alemão Michael Schumacher à categoria, e sim todas as novidades que estão acontecendo nesse início de ano. A F1 2010 vai dar o que falar pelo mundo todo. De forma um tanto grosseira poderia-se afirmar que a categoria está passando por uma peneira que pode dar uma nova caracterização perante o público, que em última instância é a justificativa da sua existência.

Quem tem a minha idade se lembra da sensação de deslumbre que muitos de nós tivemos quando Emerson Fittipaldi ganhou o seu primeiro título de F1. Também nos lembramos da surpresa que nos causou o ingresso dele na Copersucar, e mais tarde a nossa desilusão com o final da única equipe de F1 brasileira. O que se seguiu depois disso foi muito valorizado por nós, os títulos de Piquet e Senna. Mas depois dessa fase as mudanças surpreendentes na F1 toda começaram a rarear e muita gente até desistiu de ligar a tv aos domingos, eu inclusive.

O campeonato de 2009 já se mostrou bem mais atraente que os anteriores. Para os torcedores brasileiros fanáticos foi um ano mais emocionante em que pudemos ver Rubinho disputando, com chances de vitória, o tão almejado título. Em relação à este, foi muito surpreendente a sua contratação pela Williams, quando todos davam certa a sua aposentadoria.

A saída de montadoras, a volta do alemão, a continuidade de Rubens, a entrada de Lucas, a incerteza total da participação de Bruno Senna, o ingresso da Mercedes como equipe, a volta dos Cosworth, tudo isso faz com que a F1 tenha se tornado uma espécie de balaio de surpresas. Um processo de mudanças onde saem uns e entram outros, não apenas pilotos, que acaba deixando a impressão de categoria renovada pois ninguem no momento pode dar qualquer previsão do que possa acontecer nesse início da temporada, na fase não européia.

Digamos que as últimas mudanças na categoria tenham se tornado um processo seletivo não programado, mas surgido por contingências e oportunidades. Veremos um campeonato com surpresas que envolvem pilotos e equipes. Entre as equipes a Campos Meta, que possivelmente será denominada Meta apenas, é a que causa maior questionamento. A prova inaugural de 2010 se dará dentro de 3 semanas e o dirigente da equipe jura que terá o seu carro alinhado no grid da primeira prova, muito embora nem estaja montado ainda. Com relação às regras, a proibição de reabastecimento promete distinguir experientes de novatos.

Ganhe quem ganhar, o fato é que o maior premiado pode ser o público que deve acompanhar um campeonato vibrante e sem nenhum favorito, seja este piloto ou equipe. Um momento específico será muito interessante em cada prova - o pit stop onde agora apenas os pneus podem ser trocados, o que fará que os pits sejam muito mais rápidos e por consequencia emocionantes. A F1 2010 deve ser realmente um espetáculo pra valer, com o primeiro ato no dia 14/03 no Bahrain. Essa eu não vou perder.

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