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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rubinho na Williams - Ultima passagem na F1 deve ser valorizada.

O site Grande Premio colocou duas notas sobre uma entrevista de Barrichello ao programa “Bem, Amigos”. Eu não assisti e portanto me baseio no que o site divulgou.

Diz Barrichello que tinha contrato com a Brawn por apenas 4 corridas no início do campeonato e que se aparecesse outro piloto com patrocinador, ele teria que sair.

Diz ainda que o motor Mercedes teve importancia decisiva no sucesso nesse campeonato. Quanto à Williams ele não apenas deixou de dar qualquer confirmação como também desconversou sem dar nenhuma pista sobre o tema.

Muito bem, fazer interpretações é simplesmente inútil pois o que há de concreto nisso tudo está guardado a quantas chaves forem necessárias com as pessoas relacionadas. Se ao pedir emprego numa empresinha qualquer o salário é sigilo, imagine o nivel de sigilo que existe num ambiente como a F1 onde rolam milhões.

Há poucas coisas que podem ser ditas tendo como base essas declarações de Rubens.

Quando êle diz que teria que sair do time se aparecesse outro patrocinador, nada mais faz que justificar a idéia de que a equipe precisava de dinheiro, como aliás ainda deve necessitar, e que a F1 é movida a dinheiro e não nessáriamente a pilotagem e motores.

Se êle seria o piloto a sair da equipe caso surgisse um outro candidato com patrocínio, isso por si só já remete à idéia de que Button tinha preferencia na equipe, tanto que o inglês foi confirmado antes de Rubens e está também confirmado para 2010.

Rubens aceitou as condições da Brawn porque não havia alternativa. Na época eu lembro que especulei em conversas com amigos que ele estaria pilotando por um salarinho qualquer mais as despesas porque assim se manteria em atividade. Fora da F1 a única coisa que ele conseguiria seria voltar para casa. Lá dentro tem a chance de estar em contato com outros.

Abraçou a única chance que tinha, acreditou na sua própria capacidade e lutou contra todas essas adversidades. Fez um belo campeonato e não o perdeu em Interlagos como a torcida vê. Perdeu bem antes disso. Em Interlagos com um carro que não rendia tão bem e um pneu furado no fim da corrida êle lutou como pôde para tirar uma vantagem que daria o título ao inglês com uma certa facilidade. Um pilôto pode controlar a sua corrida mas nunca a dos outros e nem o imponderável. Foi uma batalha muito bem travada e na minha opinião o público saiu ganhando pois foi uma corrida com os seus atributos mais adequados ao propósito de uma competição de velocidade. Muito diferente de corridas de rua que no meu entender não deveriam existir nessa categoria. Por exemplo em Cingapura onde a classificação é importantíssima, Rubens bateu no muro porque era ali que a pista acabava e onde acabou tambem a sua possibilidade de pole. Fora a troca de cambio que o colocou mais atrás ainda.

No final do campeonato com o companheiro de equipe como favorito e Vettel se aproximando na pontuação, apenas lhe restava tentar o que fosse possivel até o fim, situação muito diferente de Button que apenas administrava uma boa vantagem.

Convenhamos, isso tudo se constitui uma luta das boas. E por isso eu considero que o ano de 2009 foi um ano de bom proveito para êle. Uma situação muito diferente de assistir ao campeonato de casa pela tv numa deprimente aposentadoria.

Agora se especula para onde ele vai e o próprio não dá qualquer sinal concreto. Isso quer dizer que vai para algum lugar. A possibilidade mais cogitada e não confirmada é a Williams. A equipe não tem mais os motores Toyota e recentemente a Mercedes não aceitou fornecer para a equipe. Mas se sabe que as conversas ainda acontecem. E também há a possibilidade dos Cosworth.

É interessante que Rubens cite o motor Mercedes como uma grande influencia no resultado da equipe ao mesmo tempo que a Williams pretende exatamente esse fornecimento para 2010. Num post anterior eu especulei que o motor poderia ser uma questão que influenciasse uma mudança de Rubens. Parece que há alguma relação de causa e efeito a ser confirmada ainda.

Mas o que mais interessa nisso tudo não é que ele tenha perdido um campeonato, que não tenha vencido em Interlagos nem que ele tenha um pinico na testa ao invéz de uma estrela.

O que precisa ser considerado é que o ex-aposentado disputou o campeonato com chances de vencer numa época que representa o seu fim de carreira e está sendo contratado por alguem que não se sabe quem é mas é muito provável que seja a Williams.

Então depois disso tudo eu pergunto se Frank Williams - que se a memoria não me falha é Sir - contrataria um sujeito que a maioria dos brasileiros adquiriu o hábito de tratar com desdém, se esse mesmo cara não fosse suficientemente qualificado para fazer mais um ano na categoria que é a mais exigente de todas desse esporte, e ainda levando em consideração que a fila de pilotos que querem ingressar na F1 deve estar mais ou menos igual a fila de bilheteria de cinema.

Usando o máximo que eu posso da minha burrice eu diria que a razão mais evidente é que êle necessite de um piloto constante, de pilotagem precisa, experiente, combativo e motivado. E se Rubens é realmente parte da equipe em 2010 então ele tem essas características. A isso dá-se habitualmente o título de competencia.

No ano que vem é outra equipe, outro carro, outras regras, outro tudo e portanto uma estória inteiramente nova sem prognósticos evidentes. Deve ser a última equipe na qual Rubinho pilotará na F1 e nesse caso uma equipe que tem muita tradição no meio. Com certeza fará de tudo para valorizar isso.


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