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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Pilotagem - Aprender tudo sózinho é difícil.

Eu gosto de pilotar karts. Gosto tanto que mesmo na dureza amarga que me encontro hoje, resolvi voltar pro asfalto porque se probreza já não tem nenhuma graça, assistir os outros pilotarem tem menos graça ainda. Meu negócio é esporte.

Eu comecei errado no kart, embora tenha sido muito divertido. Fui andar pela primeira vez para brincar apenas. Na primeira vez o mundo passa rápido demais, depois você se acostuma. Mas definitivamente o que mais me falta, além da grana que sumiu de vista, é um orientador. E ontem eu percebi isso de uma forma curiosa.

O Marcelinho êêêêêêhhhhhhh, que chegou em quinto na light do Kart São Paulo, fetejou a colocação como vitória. E é bem merecido. Quando êle começou a pilotar não sabia para que lado ía a pista. E insistiu e aprendeu o caminho. Meu oposto que parei por muito tempo e agora capengo atrás dêle como novato.

Mas ontem êle me pediu uma coisa que me fêz até rir. Antes da prova êle foi aquecer os braços e pediu a mim que o observasse. Soou tão esquisito que eu até perguntei porquê. Coitado do Zé. Quem sois para criticar a habilidade alheia sem nem tú consegues mais ficar a prova tôda no asfalto? Mas por um bom amigo se faz muitas coisas inclusive as que não parecem muito coerentes.

Fiquei ao lado dos bandeiras no approach da hum. Dali dava para ver êle entrar nessa curva e também como êle fazia o cotovelo após a dois.

No qualify eu fui até êle no grid e disse para prestar anteção no cotovêlo porque às vêzes êle fechava cêdo demais e escapava na saída.

Como os karts usam o escape original do motor, em algumas condições você não consegue ouvir bem o motor de quem está andando. O Marcelo começou bem e vinha em terceiro com o Carlos Hayashi atrás. Eu tinha dito a êle: “Faça a sua corrida e esqueça o resto porque você está treinando”. E foi assim mesmo que êle fez. Quando percebeu que o Carlos estava colado, abriu passagem e começou a copiar o Carlos.

Então êle começou a perder distância e terminou em quinto.

Na saída eu disse à êle: “Você está fechando bem a hum mas está acelerando um pouco tarde. E está fazendo algo errado no bacião porque o teu kart empurra mas tôdos te alcaçaram na reta.”

Até aquela hora, do meu ponto de vista, dizer isso é a mesma coisa que tentar abrir uma lata de óleo com os dentes. Quem sou eu para isso, pensei.

Mas aí veio a prova onde eu não via ninguém à frente porque estava em último, e o Marcelo foi lá pra frente e terminou em quinto e fetejou como deve. Depois me disse que a minha observação ajudou.

Concluo disso as coisas que seguem.
A minha intenção com êsse campeonato está correta. Treino e nada mais. Não estou pilotando nada. Mas a observação do lado de fora dá uma medida, mesmo que muito rústica no meu caso, do que alguém está fazendo. Se êsse alguém é inteligente o suficiente para raciocinar sobre o que ouve e confrontar isso com a sua realidade ao invéz de simplesmente aceitar, pode acabar desenvolvendo atitude de pista mais eficiente. Acaba mudando os referenciais. Isso depende só do cara. Difícil é quando você se resume a copiar os outros como eu sempre fiz. Até você achar a tua tocada que é uma coisa particular demais, vai demorar uma eternidade.

Marcelinho êêêêêêhhhhhhh, estamos à disposição.

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